Este tipo de plano de prevenção à corrupção pode servir para mudar a imagem das autarquias?.Seja em que instituição for, é positivo. Sempre que está em causa melhorar o combate à corrupção devemos fazer tudo nesse sentido. Este plano é precisamente para identificar as áreas onde pode haver condições para acontecer corrupção e utilizar instrumentos que evitem que isso aconteça. Para um flagelo destes, que é de todo o País, nunca é de mais as instituições públicas utilizarem todos os instrumentos ao alcance para o combater..Facilmente se associam fenómenos de corrupção como prática usual em autarquias. É justo?.Evidentemente que não. Infelizmente há corrupção em todo o lado, nas autarquias também. O problema é que se generaliza muito. Temos o resultado de 30 e tal anos de poder democrático e os casos de corrupção que foram a tribunal e tiveram condenação são aí umas duas dezenas, ou seja, nada daquele estardalhaço que se vem fazendo à volta da corrupção nas autarquias. Mas sempre que houver um caso há que combatê-lo..Como foi elaborar o plano em Melgaço?.Fizemos um plano trabalhado entre as nove autarquias da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, com a participação dos técnicos e políticos de cada uma das câmaras, identificando as áreas em que é preciso estar mais atento. Isso fez-se de uma maneira geral mas também tendo em conta as especificidades de cada uma das autarquias. Por isso, não encomendámos o estudo a ninguém, mas colocámos os nossos próprios técnicos, município a município e em conjunto, a trabalhar neles. Com isso tivemos todos os nossos planos aprovados antes do final do ano, como prevíamos..As autarquias de maior dimensão argumentam que não tiveram tempo para concluir estes planos. É uma desculpa realista? .Sobre as outras câmaras não sei. Da nossa parte decidimos que era politicamente importante fazer o plano e concretizá-lo dentro dos prazos previstos, para que não haja dúvidas sobre o empenho dos autarcas do Alto Minho em combater a corrupção. Foi uma decisão política que conseguimos executar em tempo útil apesar das dificuldades deste tipo de planeamento. Tivemos essa determinação e é preciso, até em termos de imagem pública, demonstrar que estamos na primeira fila do combate à corrupção..O plano está entregue. E agora? .Este plano é uma forma de prevenção, agora há que colocá-lo em prática. Estes planos sujeitam-se a uma avaliação periódica, que no nosso caso deverá acontecer em Abril. Agora vamos ver como resulta.